Cerveja,
bala e salsicha têm a mesma substância cancerígena do refrigerante.
A substância
cancerígena 4-metinilizadol (4-MI), também chamada de corante caramelo, está
presente nos refrigerantes tipo: cola (Coca-Cola e Pepsi são os mais
conhecidos) e também em outros produtos que fazem parte da dieta pouco saudável
do brasileiro.
Cerveja,
achocolatados, doces de confeitaria, molhos curry e vinagre, além de salsichas,
sopas e sucos industrializados são só alguns exemplos.
Na semana
passada, um comunicado feito pelo Instituto de Defesa do Consumidor dos Estados
Unidos alertou sobre o risco aumentado de câncer em camundongos expostos às
doses altas do 4-M1.
A entidade –
sigla em inglês CSPI – pediu providências do órgão sanitário norte-americano, o
FDA, que regula o consumo de alimentos e medicamentos nos EUA. O FDA se
posicionou dizendo que ainda não há evidências sólidas sobre os prejuízos
acarretados à saúde humana e que seria necessário beber “mil latinhas de refrigerante
por dia para ter algum efeito tóxico”.
Ainda assim,
o estado da Califórnia (EUA) determinou a redução da substância nos
refrigerantes cola de 150 mg para o limite máximo de 29 mg – caso contrário,
mensagens de alerta sobre as sequelas tóxicas devem estampar as embalagens dos
produtos.
A Coca-Cola,
em comunicado oficial, anunciou que pode modificar a sua fórmula, sem que o
sabor ou coloração do produto sejam alterados. Nos Estados Unidos, a
modificação na produção industrial já começou, conforme noticiou o jornal
inglês The Guardian
Alimentos
desnecessários
Apesar dos
refrigerantes terem motivado a discussão sobre a segurança do consumo do
corante caramelo, a bebida gaseificada não é a única que utiliza esta
substância.
Uma revisão
de estudos realizada no ano passado pela European Food Safety Authorty (EFSA)
informou que entre as principais fontes alimentícias de 4-MI no continente
europeu estão, além de refrigerantes, a cerveja, os achocolatados, as
salsichas, os doces de confeitaria, o vinagre, o molho curry, os temperos em
geral, além do pão de malte, sucos industrializados entre outros.
No painel
divulgado, a EFSA alertou que não foi comprovado o efeito cancerígeno em
humanos devido o consumo do corante mas que ainda são necessários "mais
estudos".
“Muitos
alimentos utilizam o corante caramelo além dos refrigerantes, doces e balas de
caramelo, por exemplo”, afirma o toxicologista do Instituto da Criança da
Faculdade de Medicina da USP, Anthony Wong.
“Não temos
nenhuma evidência, entretanto, de que o efeito tóxico da substância (4-MI) é
cumulativo e nem sabemos qual é a dosagem consumida com base nestas diversas
fontes”, completou. “Mas o fato é que os alimentos que utilizam o corante não
são, por essência, saudáveis. De qualquer forma, eles devem ser consumidos com
moderação independentemente da associação com a substância cancerígena.”
O professor de toxicologia e farmacologia da
Universidade de Caxias do Sul, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de
Toxicologia, Carlos Augusto Mello da Silva, alerta que ainda é preciso esperar
evidências sólidas sobre o real risco do corante e o posicionamento dos órgãos
reguladores.
“Mas para as
pessoas que estão apreensivas, é bom alertar que o corante não é um nutriente
essencial à saúde. Em vez de refrigerante, pode se optar por sucos de frutas
naturais ou água mineral”, sugere.
No Brasil
Na avaliação
de Wong, a restrição mais incisiva ao uso do corante caramelo deveria ser
adotada como norma sanitária no País, como foi feito recentemente com a
utilização do bisfenol A – composto cancerígeno presente em mamadeiras e
chupetas, proibido no ano passado.
Comida
enlatada favorece obesidade
“A
Califórnia é um estado que dita as normas de segurança ambientais e
alimentícias para o mundo. Precisamos ficar atentos”, disse o toxicologista.
A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, por meio da assessoria de
imprensa, que “acompanha o caso da restrição do 4-MI” mas que não há previsão
de nenhuma alteração nas quantidades máximas da substância nos refrigerantes.
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