É preciso fazer mais para
estimular o acesso das mulheres à internet, que é inferior ao dos homens,
afirma a gigante da tecnologia Intel em um relatório nesta quinta-feira (10),
que faz um apelo pela duplicação do número de mulheres internautas nos países
em desenvolvimento nos três próximos anos.
O relatório, bancado pela
fabricante multinacional de chips com a colaboração da Organização das Nações
Unidas (ONU) e do Departamento de Estado norte-americano, aponta para
disparidades persistentes no acesso feminino à internet na África, Oriente
Médio e outras regiões em desenvolvimento.
O estudo constatou que a
probabilidade de que as mulheres estejam on-line nessas regiões é quase 25%
mais baixa do que entre os homens, e apela às autoridades e empresas de
tecnologia por medidas que facilitem o acesso à internet via celular,
permitindo conteúdo móvel gratuito e estimulando a alfabetização digital a fim
de reduzir a disparidade.
Pesquisas e entrevistas
com mais de 2,2 mil mulheres e meninas de quatro países em desenvolvimento –
Egito, Índia, México e Uganda – constataram que o acesso à internet é essencial
para as mulheres ganharem mais dinheiro, e buscarem se candidatar a empregos.
"Com as poderosas
capacidades oferecidas pela internet – de conexão, aprendizado, envolvimento,
ganho de produtividade e busca de oportunidades –, a falta de acesso das
mulheres está resultando na criação de uma segunda barreira digital, que fará
com que as mulheres e meninas corram o risco de ficar cada vez mais para
trás", disse Melanne Verveer, embaixadora para questões femininas mundiais
no Departamento de Estado norte-americano.
Ainda que os EUA e outros
países desenvolvidos tenham níveis relativamente elevados de acesso e uso de
internet pelas mulheres, restam algumas disparidades, especialmente nas zonas
rurais ou entre os cidadãos mais pobres. Mas nos países em desenvolvimento, a
disparidade é muito maior. Na Índia, apenas 11% da população tem acesso à
internet, ante 79% nos EUA, disse Shelly Esque, vice-presidente da Intel e
presidente da fundação educativa da companhia.
O relatório desta
quinta-feira (10) mostra que 600 milhões de mulheres dos países em desenvolvimento,
ou 21%, têm acesso à internet hoje, e outros 450 milhões devem ganhar acesso
até 2016. Mas medidas adicionais poderiam propiciar acesso a mais 150 milhões
de mulheres e meninas nos próximos três anos, de acordo com o estudo.
Fonte: Reuters